quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

BECK - O sonho Rock'n'Roll!

A banda Beck ou Mongolian Chop Squad

Geralmente estamos acostumados a assistir animes voltados para histórias envolvendo heróis e combates, o que faz que animes que saiam um pouco desse nicho não sejam tão conhecidos pelo grande público. Mas é interessante quando animes de histórias diferentes e com elementos novos conseguem nos cativar e prender a atenção. E acho que poucos animes com temáticas incomuns podem fazer isso tão bem como Beck! Um anime que envolve música, drama e comédia de uma maneira bem única e divertida. 

Os membros da Banda no anime
Beck é baseado num mangá homônimo publicado entre 1999 e 2008 no Japão, criado por Harold Sakuishi, que posteriormente foi adaptado em anime pelo estúdio Madhouse em 2005,  totalizando 26 episódios. O anime trata de um tema que assim como eu, muitos amam: A música! mas especificamente, o Rock. Apesar de parecer um tema não muito fácil de ser explorado, Beck consegue ter uma história carregada de emoções, onde você torce pelos personagens, vibra com suas vitórias e se compadece de suas derrotas. Uma aventura bem bacana sobre um grupo de jovens que quer realizar o sonho quase impossível de se tornarem astros da música. A narrativa começa lenta,coma história demorando um pouco pra se desenvolver, mas em alguns episódios ela vai tomando forma e você vai entendendo que o objetivo desse começo mais "parado" nada mais é do que dar forma aos personagens, fazer você entender suas motivações e desejos. A história vai evoluindo gradativamente, dando destaque a todos os personagens e fazendo com que o leitor crie uma espécie de relação, e algumas vezes, de identificação com os mesmos. 

O cãozinho que dá nome a banda: Beck
Beck porém, não se limita só aos dramas. A série tem uma boa pegada de aventura, romance e muitos momentos cômicos que ajudam a tornar a trama ainda mais completa. A trilha sonora, claro, é uma parte fundamental da história e é muito bem executada durante todo o anime. Preciso dar destaque aqui a trilha sonora pelo fato de ser uma das melhores que já ouvi numa animação do tipo. Ela fica por conta, na maioria das músicas, pela banda japonesa Beat Crusaders (que inclusive ja fez a trilha sonora também pro anime Bleach). Que fez questão de caprichar nas músicas do anime, com direito até a um cover de "I've Got A Feeling" dos Beatles num dos momentos mais cruciais e emocionantes da trama. talvez para alguns as musicas fiquem um pouco limitadas pelo forte sotaque japonês, que fica bastante evidente nas músicas que são cantadas em Inglês. Mas se você levar em conta as boas melodias, nem vai ligar muito. O som do Beck (ou Mongolian Chop Squad, nome que a banda recebe nos EUA), é bem variado, indo do pop, rock dos anos 60, rock alternativo e até misturas de Rock e Rap.

O elenco principal reunido
Outro ponto forte de Beck é o fato de que o anime carregada forte semelhança com a realidade de muitas bandas iniciantes. Pra quem costuma ler entrevistas de bandas e conhecer um pouco do mundo da música, vai notar isso. Os erros nos ensaios, as dificuldades de conseguir shows e gravar material, a saída de membros e os custos pra gravar CDs, tudo mostrado com muita realidade e sabendo encaixar isso nas subtramas que cada personagem tem. O anime também é carregado de referências a música. Alguns grandes nomes do Rock dão as caras brevemente ou são citados direta ou indiretamente no anime como Jhon Lennon (dos Beatles), Jimmy Page (do Led Zeppelin) , Levon Helm (da The Band) Sid Vicious (Sex Pistols) e Freddie Mercury (Queen) alguns personagens também foram inspirados em músicos reais, como é o caso de Chiba (inspirado em Zack de La Rocha, vocalista da banda Rage Against The Machine) e Taira (Baseado em Flea, baixista dos Red Hot Chilli Peppers) tornando a experiência e referência musical do anime ainda melhores. 

Koyuki e sua guitarra: dedicação pura pra aprender a tocar! 
Sem mais delongas, falemos do enredo. A história é centrada em Tanaka Yukio, apelidado de "Koyuki". um garoto de 14 anos com uma baixa auto estima e muitas duvidas sobre a vida, que tem dificuldade de se relacionar com as pessoas e acaba sofrendo bullying na escola. Um dia porém, Koyuki acaba defendendo um cão de garotos que o agrediam. O estranho cachorro, que parece ser feito de retalhos de cães de várias raças, pertencia a Ryuusuke Minami, um jovem nipo-americano e talentoso guitarrista. Aos poucos, os dois desenvolvem uma relação de amizade que faz com que Koyuki passe a se interessar pela música. Com o passar dos episódios, Ryuusuke ou "Ray" como é apelidado, decide formar uma nova banda, que recebe o nome de seu cachorro: Beck. Koyuki enfrenta muitas dificuldades pra aprender a tocar, mas acaba descobrindo que tem um enorme talento pra voz, tornando-se o segundo vocalista do Beck. A banda então enfrenta diversos desafios, que vão desde a rivalidade com outras bandas, as dificuldades de ensaiar e conseguir público, os problemas pessoais e sentimentais dos membros ou até mesmo o desafio de um perigoso criminoso que quer tomar de volta algo que Ryuusuke furtou dele no passado. 

A lendária Lucille, guitarra de Ray Minami

A série é recheada de personagens carismáticos, cada um deles com sua devida importância e tempo de tela. Pra apresentar melhor os componentes dessa fantástica história, vamos a uma breve descrição dos personagens principais:

O tímido porém talentoso Koyuki
Tanaka Yukio (Koyuki) - Protagonista da história, um garoto tímido e de que vivia uma vida tediosa até conhecer Ryuusuke, que o faz entrar no mundo do Rock. Começa a ter lições de guitarra com Saitou, além de ter um enorme talento como cantor.

O guitarrista Gênio Ray Minami
Ryuusuke  Minami (Ray) - Um garoto de 16 anos que viveu muito tempo em Nova York, e depois volta pro Japão, onde inicia sua carreira como músico. No passado, chegou a tocar com Eddie Lee, guitarrista da popular banda Dying Breed (ou Dybre, que só existe no anime, que a maioria dos personagens principais é fã) é um guitarrista talentoso, chegando a ser chamado de "Jimmy Page" japonês. Tem uma forte rivalidade com Eiji, já que ambos eram da mesma banda, mas se separam por diferenças criativas. Durante a maior parte do anime toca com a guitarra chamada de "Lucille" que ele furtou nos EUA. ( o nome da guitarra é baseado no nome real dado a guitarra do cantor de Blues BB King

O brigão e carismático Chiba
Chiba Tsunemi - bastante agitado e energético, é o primeiro vocalista do Beck, responsável por cantar as partes mais "Rap" das músicas da banda. Sua presença de palco torna ele um membro precioso do grupo. Um bom lutador, que aprendeu Karatê pra fugir de valentões na infância. Ele quem nomeia a banda de Beck, baseando-se no cachorro de Ray. 

O baixista caladão Taira
Taira Yoshiuki - Sério e geralmente calado, é um talentoso baixista que passou por 3 bandas antes do Beck. Procurava uma banda que tivesse uma boa "química" entre os integrantes e um bom vocalista. Após ver a performance de Chiba, se convence a entrar no Beck. Inicialmente, é contra a entrada de Koyuki na banda, mas o talento do rapaz o faz mudar de ideia.

O dono das baquetas no Beck: Saku
Yuji Sakurai (Saku) - Entra no Beck quase que na mesma época de Koyuki. É um rapaz sério e centrado que aos poucos se torna o amigo mais próximo do protagonista. É o baterista da banda, e o único da escola de Koyuki a conversar com ele quando os valentões o perseguiam. É grande fã do Dying Breed.

A linda (e durona) Maho
Minami Maho - Uma bela e carismática garota, irmã de Ryuusuke. Uma cantora talentosa, é a primeira personagem a descobrir o talento vocal de Koyuki. Tem uma personalidade forte, e aos poucos vai desenvolvendo um sentimento pelo rapaz. Sonha em trabalhar no cinema.

O engraçado Sr. Saitou
Saitou Kenichi - Um senhor pervertido de 44 anos, que adora colecionar conteúdo erótico. No passado, foi um grande nadador olímpico, mas após uma lesão, teve de abandonar as piscinas. Pra fugir da tristeza de ter que desistir do esporte, passou a investir em música, tornando-se assim um guitarrista. Ajuda Koyuki a aprender guitarra, em troca dele o ajudar em sua loja. É dono de um estranho papagaio chamado Page, que não sabia falar uma palavra além de "Aho"(Idiota) é um grande fã de rock britânico, em especial dos Beatles e dos "Rocket Boys" (banda fictícia)

A amiga de infância de Koyuki: Izumi
Ishiguru Izumi - Amiga de Infância de Koyuki, que o trata como irmão. Segundo ela, esse apelido se leva ao fato de haverem dois Tanaka Yukio em sua sala de aula, e para diferenciá-los, o menor dos dois foi batizado de Koyuki. Inicialmente, Koyuki parece se sentir atraído por ela.

O rival de Ray nas guitarras Eiji
Eiji - Guitarrista da banda "Belle Ame". tem uma rivalidade forte com Ryuusuke, uma vez que ambos eram da mesma banda. Jurou que formaria a "maior banda do mundo". Consegue um contrato com um produtor famoso e ganancioso da musica japonesa

A atenciosa professora Momoko
Ogasawara Momoko - Professora de música da escola de Koyuki. que sofre pelo fato dos alunos prestarem mais atenção em sua beleza que em suas aulas.

A atrapalhada Hiromi
Hiromi Masuoka - Uma aluna da mesma escola que Koyuki e Saku. é grande fã do Beck,e se esforça pra aprender violão. Apesar de não ser tão talentosa pra música. é uma excelente ginasta.

O valentão Hyoudou
Masaru Hyoudou - Um valentão que intimida Koyuki. É filho de um lendário guitarrista japonês, e herdou do pai o mesmo talento pro instrumento.

O vilão Leon Sykes
Leon Sykes - Um criminoso e produtor musical americano. É capaz de tudo por dinheiro. Decide ir ao japão para ir atrás de algo que Ray furtou de seu carro.

O Beck (e Maho) em versão Live Action

No geral, Beck é um anime que pode agradar muitos públicos diferentes, não só pela multiplicidade de elementos como pelo desenvolvimento da história. Os personagens são todos bem incrementados e ajudam a tornar a história ainda melhor.  As músicas do anime e as reviravoltas emocionantes com certeza ajudam a colocar ainda mais emoção na história, que provavelmente ficará na cabeça de quem assistir. Beck é uma excelente opção pra quem quer sair do óbvio, vendo um anime diferente do que é geralmente mais popular, sem abrir mão da qualidade e elementos que tornam as animações nipônicas tão cativantes. A título de curiosidade, Beck também tem um filme Live Action que conta com a participação de atores conhecidos entre os fãs de Tokusatsu nos papéis principais como Takeru Sato (Kamen Rider Den-O, Kenshin no Live Action de Samurai X) e Hiro Mizushima (Kamen Rider Kabuto, os Live Action de Kuroshitsuji e Lovely Complex). Essa versão me surpreendeu pelas semelhanças dos atores com os personagens do Anime na só em aparência como na interpretação. Apesar de resumir momentos do anime e apresentar alguns fatos de maneira diferente, também é um ótimo filme que recomendo muito.

Koyuki detonando na guitarra

Por fim, termino dizendo que se você gosta de uma história inesquecível regada a uma ótima trilha sonora,  assista Beck. Com certeza se tornará fã dessa galera assim como eu!

Beck luta pra conseguir seu lugar ao sol no mundo da música




sábado, 18 de fevereiro de 2017

Uchuu Sentai Kyuranger - Primeiras Impressões


Bem, acabo de assistir ao primeiro episódio de Uchuu Sentai Kyuranger, e tenho que dizer: fiquei bastante impressionado com o que vi, tanto no conteúdo do episódio quanto no investimento da Toei/Bandai na parte visual.

Foi um episódio bastante corrido, mas bastante explicativo, também. 88 constelações são subjugadas pelo Xogunato Jark Matter e a Terra já dominada foi algo que só vi semelhante em Gokaiger. Uma das coisas que mais me chamou a atenção neste primeiro episódio foram as referências a outros sentais e até mesmo filmes como Star Wars. Os Kyurangers fazem parte da Rebelião, uma organização formada para combater a Jark Matter e seu líder, Don Almage, e cada herói utiliza um Kyu Globo e um morfador (que não sei o nome) para se transformar. Interessante frisar que os Kyu Globos escolhem seus donos conforme eles demonstrem uma profunda vontade de lutar e forte senso de justiça.

Algumas referências que encontrei foram o próprio Gokaiger, Flashman, na questão dos planetas, Boukenger, no quartel general, Megaranger e Kamen Rider Fourze. Quanto aos personagens que já apareceram, não dá para dizer muito, mas eu acredito que Kyuuranger conterá uma certa dose de humor, o que, para mim, não é problema, desde que a história seja bem contada. Outra referência foi a um dos primeiros episódios de Jaspion, na luta final num planeta de gelo.

Voltando ao visual, a Toei não poupou esforços: os uniformes são realmente lindos, bastante distintos uns dos outros, os inimigos básicos tem um visual que remete um pouco à Spielvan e Bioman, além do fato de os Voyagers serem criativos e o robô (Kyuren-Oh) é muito bonito e diferente dos últimos sentais. Tem menos parafernália, ao menos por ora.

Acredito que Kyuranger deva render um ótimo sentai, porque a ideia de usar o espaço como campo de batalha e missões é algo que pouco foi utilizado, até hoje. Francamente falando, Uchuu Sentai Kyuranger me surpreendeu bastante, no primeiro episódio. Esta alteração de já começar uma equipe com 9 membros pode ser uma boa, já que "quebra" o paradigma do sexto membro aparecer lá pelo 15º capítulo. 

Claro, ainda é cedo demais para dar qualquer opinião concreta, mas que fiquei muito bem impressionado com o primeiro episódio de Kyuranger e bastante ansioso pelo segundo, ah, eu fiquei.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Santa Clarita Diet - Uma corajosa e inusitada comédia!

Drew Barrymore está de volta da maneira mais inusitada possível! 

Recentemente estreou na Netflix os primeiros 10 episódios de uma série bem curiosa. Santa Clarita Diet! Apesar do nome que mais parece de alguma série de drama ao estilo Desperate Housewives ou Gossip Girl, A série na verdade se foca na comédia com uma pitada de terror, fazendo uma mistura bastante singular (e pra não dizer bizarra) das típicas séries de comédia americanas com...ZUMBIS! (pera, Zumbi não! como diria a protagonista: "zumbi é um termo ofensivo")

Só mais um dia comum na vida de Sheila e Joel
Mas é isso ai! os clássicos mortos-vivos do cinema reaparecem aqui mas com uma proposta completamente nova e corajosa, mesclando sua atmosfera aterradora com muito humor nonsense e controverso. A série traz no papel principal a atriz Drew Barrymore, velha conhecida do cinema de comédia, que eu particularmente acho que tem um forte talento pra trabalhar nesse tipo de gênero. O carisma dela é um dos pontos fortes da trama, onde ela encarna a simpática corretora de imóveis Sheila Hammond, que de um dia pro outro acaba vomitando seu próprio coração e se transforma num zumbi comedor de carne humana. Sim, incrivelmente repentino e bizarro. Apesar disso, ela ainda mantém a aparência de mãe de família de classe média enquanto tenta descobrir alguma maneira de lidar com esse seu "pequeno contratempo" e descobrir a origem do problema, ao mesmo tempo que tenta viver sua vida normal tomando o devido cuidado de não acabar devorando os miolos de alguém! Ao seu lado, e dispostos a ajudá-la nessa chocante mudança, estão seu marido Joel (vivido pelo ator Timothy Olyphant) que tenta a todo custo achar uma cura pra esposa, e a rebelde filha do casal Abby Hammond (vívida por Liv Hewson) que tem sérias dificuldades de se acostumar com a nova "dieta" da Mãe. 

Sheila com sua nova e nutritiva dieta
Alguns outros personagens também roubam a cena na trama, como o Nerd atrapalhado Eric (vivido por Skyler Gisondo) apaixonado por Abby que acaba se tornando uma espécie de "cúmplice" da família Hammond, os ajudando a investigar mais sobre essa misteriosa mudança na vida de Sheila, os vizinhos da família, Rick (vívido por Richard T Johnes) um policial bem humorado e do xerife Dan (interpretado por Ricardo Antônio Chavira) um controverso agente da lei, desconfiado dos "novos hábitos" de seus vizinhos e marido de Lisa (vivida por Mary Elizabeth Ellis) uma dona de casa nada convencional e bastante, digamos..."extrovertida!"

A divertida dupla Abby e Eric

A série é carregada de sarcasmo e muito humor negro. Existe até uma certa banalização da morte e do assassinato, com a intenção de chocar e porque não, ironizar os padrões que estamos acostumados. Ela  acerta em cheio em criar um grupo de personagens muito carismáticos e incluir num cenário do clássico humor envolvendo uma típica família americana, a realidade dos clichês de terror e coisas do tipo. O humor é feito através da união de situações cotidianas mescladas com essa temática mais sombria, um tipo de mistura bem estranha de elementos mas que mesmo parecendo tão opostos entre si, casam bem aqui e  conseguem formar uma história coesa e convincente, acertando em cheio no que se propõe a fazer e proporcionando uma trama divertida e envolvente. 

Os Hammond fazem de tudo pra viver como uma família comum


É interessante também que apesar do humor nada polido e  politicamente incorreto, a série ainda tem uma dose de sensibilidade ao mostrar com sutileza um lado mais delicado dos personagens, destacando os laços de uma família que mesmo em situações difíceis e improváveis, lutam juntos pra manter sua união e amor e tentam resolver os problemas da melhor forma possível. É o tipo de coisa que pode emocionar quem assiste e cativar mais ainda, mesmo que as cenas de Gore deem aquele leve embrulho no estômago. Mas o foco mesmo da série são as risadas, com um episódio mais surpreendente que o outro, com um humor tão criativo que é capaz de fazer rir mesmo os mais ranzinzas! Mas é interessante como ela consegue agradar tanto quem gosta de humor como a galera do terror mais trash que também vai se sentir representada com as inclinadas pra propostas mais "assustadoras" que a série dá.  

Uma das "iguarias" dessa assustadora dieta!

Nem preciso dizer que a série não é pro público mais sensível! Com uso de drogas, piadas envolvendo sexo e temas polêmicos, é o tipo de humor que faz uma verdadeira paródia do senso comum e das convenções sociais estabelecidas. e é isso que torna tudo tão legal! Essa coragem que a série tem de sair do óbvio e usar o inesperado como elemento chave pra história. Afinal, o que você faria se de uma hora pra outra sua mãe/esposa sentisse aquela vontade incontrolável de comer carne humana? Quem gosta de coisas diferentes, tem a mente aberta e curte chorar de tanto rir, essa série é mais do que recomendada! 

O casal protagonista Sheila e Joel


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

A trilha: o review mais rápido da história do Confr4ria


Se virem este filme para baixar, comprar ou alugar, passem longe, pois este filme é uma porcaria. Uma repetição de clichês numa história mais do que manjada. Fim.

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Doubutsu Sentai Zyuohger - O 40º Super Sentai


E pensar que, cada um de nós que assistiu ou que ainda assistirá Zyuhoger não tem sequer a mesma idade da existência da Franquia Super Sentai. E pensar que, muitos dos que assistem agora ou que ainda começarão a assistir, sequer pegaram a época em que os tokusatsus foram febre no Brasil, lá pelos anos 80 e 90. E pensar que muitos sequer assistiram aos Power Rangers, que surgiram em 1994, se não me falha a memória.

Mas é, lá se vão 40 anos de batalhas entre heróis e vilões, tendo a Terra como plano de fundo e o futuro da humanidade como meta; uns para destruí-la, outros para preservá-la. Quarenta, anos, quatro décadas, é muita coisa para qualquer vida que se preze. Muitos nasceram, muitos morreram, muitos ainda hão de nascer. 40 anos é coisa demais.

Nisto, surge o nosso quadragésimo sentai, em meio às críticas de que a franquia decaiu, sabanizou-se e se tornou um produto exclusivo para crianças. Eu não discordo de muitas das críticas feitas aos sentais após Go-Busters (embora o mesmo tenha me desagradado em alguns pontos), mas é preciso ter em mente que, um produto com tanto tempo de existência tem que passar por um momento de desgaste. É inevitável e natural. No Marketing, chamamos isto de "Período de Maturidade", onde um produto chega em seu ápice e tem um certo declínio. Isto acontece para tudo.

Mas, não se enganem: Zyuohger me agradou bastante. A Toei foi bastante criativa na composição de seu universo e personagem. A Zyuland, com seu povo antropomórfico, foi uma tremenda jogada, mesmo que já usada em inúmeros outros programas têm mais tempo do que eu consiga me lembrar. No entanto, isto não tira o mérito da Toei em inovar: a mistura de humanos e outros animais, aliada à cubos para formar as mechas e armamentos do esquadrão foi uma ótima ideia. Eu, faz vários anos, acompanho vários reviewers profissionais de brinquedos de tokusatsu/Power Rangers, e a recepção da grande maioria para o mix de produtos de Zyuohger foi muito boa. Claro, não tenho os números das vendagens oficiais da Bandai, mas pude ver uma boa parcela de contentamento de quem comprou os brinquedos.

Agora, falando sobre a trama, ficam dois pontos: um positivo, e um negativo. O positivo foi a criação do "Blood Game"; só de pensar na ideia de um sentai em que o povo sofresse com a morte me fez sentir uma motivação muito forte em assistir Zyuhoger. O ponto fraco: desde Kyoryuger para cá, a Toei tem deixado de lado um maior aprofundamento no roteiro. Me parece que, por questões que só a Toei pode explicar, eles vão até certo ponto, onde as coisas começam a ter certa gravidade, depois partem para uma onde mais leve, com vários fillers e episódios muito leves, quando o natural seria a trama tornar-se mais dura para os heróis e alguns sacrifícios serem necessários. Sempre tem faltado algo.




Os Zyuohgers:

Yamato Kazakiri, Zyuoh Eagle: um bom líder, o tipo mais conciliador. A personalidade de Yamato é calma e ele é bastante centrado, o que facilita em comandar a equipe. Eu diria que o ponto mais forte de Yamato é ser bastante tranquilo para tomar decisões, algo fundamental para um líder.

Leo, Zyuoh Lion: o mais esquentado e engraçado da trupe. A personalidade do leão (o rei da selva, como dizem, um símbolo de força e poder), foi retratado de uma maneira mais cômica nele, mas os traços mais fortes, como a força, determinação, um certo sangue quente e boas doses de humor deram uma boa composição para ele.

Sela, Zyuoh Shark: junto de Tusk e do próprio Yamato, a mais séria do grupo. Sela me chamou muito a atenção por sua personalidade forte e focada; Sela sempre se mantém dentro das situações que lhe são propostas, com poucas distrações. Sua personalidade um pouco mais dura lhe trouxe um charme, justamente por não ser aquela garotinha sensível e frágil que sempre precisa dos demais. Quando ela precisou "ir pra porrada", foi e pronto.

Tusk, Zyuoh Elephant: o mais sério dos Zyuhoger e com o maior poder analítico, Tusk quase foi uma pedra no sapato dos demais, já que teve alguns momentos em que sua seriedade, mesmo que bem intencionada, beirava à intransigência. Com o tempo, Tusk foi ficando mais maleável e próximo dos demais, o que facilitou sua própria lida com os acontecimentos.

Misao (Micchan) Mondo, o Zyuoh The World: criado pelo próprio Mestre Genis usando os poderes do lobo, crocodilo e rinoceronte, foi a grande decepção da equipe. De início, uma arma dos Deathgaliens para destruir os Zyuohgers, mas passou prematuramente para o lado dos heróis e, francamente, tornou-se um chato. Sempre culpando-se pela morte dos 3 Zyumans (o que tinha razão de ser, até certo ponto), tornou-se uma situação chata. Misao, apesar de todo o poder que lhe foi concedido, nunca foi um membro muito confiante em si mesmo, praticamente um novo Tokatti.

Bard, o Zyuoh Bird: o personagem mais enigmático de toda a história, já que toda a busca de Yamato girou em torno dele, Bard é o típico "Lobo Solitário": passou boa parte dos episódios desaparecido, só sendo encontrado quando Yamato precisava de alguma ajuda em algum momento crítico. De poucas palavras e sempre sério, tem alguma conexão com Larri, o gorila, mas ainda não foi explicado.

Amu, a Zyuoh Tiger: de todos os personagens, foi quem eu mais gostei. Amu, apesar da aparência fofa e até um tanto infantil, era quem conseguia enxergar as dificuldades dos companheiros em lidar com determinadas situações e sempre vinha com algum conselho simples e eficiente. Ela fez com que Yamato revisse vários de seus conceitos.

Azald, Kubar, Mestre Genis e Naria.


Os Deathgaliens:

Azald, o força bruta, o imortal. De todos os Deathgaliens, tirando o próprio Mestre Genis, foi quem deu mais trabalho aos Zyuohgers. Seus capangas, por si mesmos, não eram grande coisa, mas Azald compensava com sua enorme força física, resistência e capacidade de regeneração.

Kubar, o estrategista. O oposto de Azald, Kubar tinha a racionalidade como ponto forte. Sempre tramando maneiras de destruir seus inimigos, ele ainda tinha um plano maior em mente. Não tão forte quando Azald, não significa que ele fosse ruim de combate. Kubar usava seu florete muito bem.

Mestre Genis, o mentor do "Blood Game". Está aí o tipo de vilão que realmente me agrada: o tipo que fica manipulando o jogo, dos bastidores. Genis usava o cérebro ao invés da força. Inteligente, apreciador de um bom vinho e, claro, sedento por diversão, fez do seu Blood Game, em vários pontos, uma real ameaça aos seres humanos, mas por suas próprias mãos. O poder do Mestre Genis supera (como esperado) em muito o de seus generais, e ele o usa conforme realmente necessita; não desperdiça energia sem necessidade. Um vilão que prima pelo intelecto, não pela força.

Naria, a fiel escudeira. Bom, não há praticamente nada o que falar dela. Sua principal função era servir vinho a seu mestre e ressuscitar os monstros derrotados. Apesar de parecer uma boa lutadora, fez praticamente nada de relevante em todo Zyuohger.



Bunglay, o caçador espacial de feras. Tirando Genis, foi o melhor vilão. O caçador espacial desenvolveu uma certa obsessão por Yamato, e isto os colocou em vários enfrentamentos interessantes. O próprio Genis e Kubar mostraram bastante interesse nele. Também bastante inteligente e astuto, teve um fim prematuro. Foi um vilão que poderia facilmente ir até o final.



As mechas: está aí um ponto em que acredito que Bandai e Toei acertaram em cheio, os cubos. Eu acompanho vários colecionadores de produtos sentais e riders pela internet, e era quase senso comum que a ideia dos cubos foi uma ótima estratégia, ainda mais para crianças pequenas. Existem inúmeras linhas de brinquedos baseadas em cubos, e basear armamentos e robôs no mesmo sistema foi uma bola dentro. Poderia haver um ou dois robôs a menos, mas a tendência é haver acima de 3. De todo modo, a ideia dos cubos foi muito boa.



A Zyulândia: está aí o grande erro de Zyuohger: não ter explorado a terra dos zyumans. Foi mostrada apenas nos primeiros episódios, depois, apenas pequenas menções. A Toei perdeu uma chance e tanto de dramatizar mais a temporada se mostrasse os parentes dos zyumans que estavam presos na Terra se perguntando como e se eles voltariam, fora o fato de vários outros personagens além de Larri e Bard poderem ter aparecido. Desperdiçaram um ótimo pano de fundo para o drama, infelizmente.

Meu veredito: Zyuohger foi um sentai que me surpreendeu em vários aspectos: os cubos, os zyumans, a boa construção dos vilões e a criatividade em construir mechas e armamentos. A história foi boa e bem contada, talvez um pouco mais leve do que eu gostaria. Não encheram de personagens sem sentido na trama, como quase foi o caso de Mario, e não exageraram na infantilidade e no humor como em Ninninger e Toqger. O ponto mais forte da temporada foi que soube agradar; uma história de boa qualidade, poucas falhas, bons e sólidos personagens. Meu único senão foi, como dito no começo do texto, a falta de aprofundarem mais o roteiro, pois havia história mais que suficiente para isto, e espaço.

De todo modo, Doubutsu Sentai Zyuohger foi um ótimo sentai. Digno de ser o quadragésimo? Isto vai da consciência de cada um.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

MAD MAX: Estrada da Fúria. Afinal, o filme é bom ou não?


Bem, este filme já é notícia velha,  mas, como nosso blog nunca havia se pronunciado sobre este filme, vou dar meus rápidos pitacos. Já adianto que não será um review completo, por razões que já explicarei, mas uma opinião rápida sobre o que vi.

Quando Mad Max: Estrada da Fúria saiu, surgiu a polêmica sobre o filme ser machista ou feminista. Lembro que a controvérsia durou um certo tempo, e que muitas discussões ocorreram pelas redes sociais. O que eu vi, como mero expectador, é que o filme não é nem um, tampouco o outro. Estrada da Fúria é um filme onde, numa distopia pós-apocalíptica, o que restou do mundo tenta viver como alguma dignidade em meio aos restos da humanidade e com os parcos recursos restantes.

Eu poderia traçar vários paralelos bíblicos, como a figura Messiânica que promete salvar o povo da destruição iminente, desde que este mesmo povo pague o preço, o próprio deserto, presente em praticamente toda a Bíblia; uma mulher forte e corajosa o bastante para quebrar os grilhões e se levantar contra este falso "Messias", pessoas clamando por milagres e mendigando por todos os cantos, além de assassinos aos pontes e dispostos à qualquer coisa. Há uma boa fundamentação bíblica em Mad Max, no entanto, isto não o torna um grande filme.

Há várias mensagens "ocultas", como o Messias, a busca pela terra prometida, libertação da tirania dos poderosos, entre outras coisas, mas Mad Max tem um problema grave: não há nenhuma grande atuação e a história é simples demais e cheia de lacunas. Se você não viu os filmes anteriores, entenderá o mundo que se apresenta, mas não conseguirá ver em Max algo além de um andarilho qualquer que sempre se mete em problemas.

Já a Imperatriz Furiosa, segue a velha receita da mulher retirada de seu lar e que busca voltar para ele, e não vai muito além disso.

Mad Max não tem nenhuma grande atuação individual, então não citarei personagens nem atores. O que se vê bem, (e é o que eu esperava, por ser fã dos filmes antigos), é um ritmo frenético de ação, veículos insanos, boas doses de violência e muitas explosões, mas para por aí.

Não vou me estender mais, e direi o seguinte: Mad Max: Estrada da Fúria, é um filme mediano. Um bom passatempo, mas com uma história frágil, atuações genéricas e com um visual fantástico. Se você quer algo para passar 2 horas, "bom apetite". Do contrário, passe longe, pois a profundidade do filme é praticamente nula.