quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Kamen Rider Den-O: uma série que me surpreendeu e MUITO.


Bem, acabo de terminar Kamen Rider Den-o, o último heisei que me faltava. Quis o destino que o deixasse para o fim. Nas minhas andanças pela tokunet, sempre ouvi falar muito pouco sobre Den-o. Tudo o que sabia é que este rider tinha os pés plantados na comédia e que muitos o repudiavam por considerá-lo mais infantil, inferior. Bem, quase embarquei (sem trocadilhos, já que Den-o possui um trem, o Denliner) nesta afirmação equivocada e acabei deixando-o para a última opção. Porém, o que vi foi uma série muito mais complexa e cativante do que "um rider comediante infantil".

Denliner, a base de Den-o e seu veículo no tempo.
Den-o trata-se da batalha de Ryoutarou Nogami contra os Imagins, seres que possuem pessoas e realizam qualquer desejo que elas tenham, da maneira mais torpe e desajustada possível. Eles firmam contratos com pessoas que considerem interessantes e vulneráveis, e quando o contrato é completado, eles embarcam em alguma memória da pessoa, indo para o passado e alterando o fluxo do tempo, causando o desaparecimento de qualquer coisa ou qualquer um de uma data específica. Todavia, isto é apenas o início, a trama é muito mais complexa (mesmo que simples de entender e acompanhar) do que parece. Den-o é cheio de mistérios envolvendo seus protagonistas e a série sabe prender o telespectador. 49 episódios que passaram em pouquíssimo tempo. Quisera ter mais episódios para assistir. Ryoutarou é o que se chama de "ponto singular", um indivíduo que tem uma ligação direta com o fluxo de tempo e que pode hospedar imagins.


Vamos falar do nosso protagonista? Se vocês esperam um rider poderoso e hábil no combate, esqueçam. Ryoutarou não é forte; ele é um jovem que trabalha no Milk Dipper, o café de sua irmã Airi, e é o ser mais azarado que já conheci na vida. Tudo de ruim acontece com ele: apanha de arruaceiros, escorrega em cascas de banana na rua, cai da bicicleta, etc. O que lhe falta de força, todavia, lhe sobra em caráter. Ryoutarou é um bom homem. Sempre disposto a ajudar seus amigos e sua irmã, a quem ama e protege como pode, ele convive com todo o tipo de situação (muitas hilárias, outras de fazer marmanjo chorar feito criança) que lhe pavimentam o caminho para se tornar um homem completo. Sempre preocupado com sua irmã, pois ela tem uma estranha amnésia, Ryoutarou se pergunta e torce para que, um dia, ela recupere a memória e seja uma pessoa feliz. Ele evolui bastante durante a série, ficando bem mais seguro, mas não muda sua fala mansa, seu jeito tranquilo de ser e continua razoável no combate. Os imagins são os grandes responsáveis pelas lutas.

Ryoutarou e suas cinco faces. 

Agora, não falando de Ryoutarou, mas do ator Takeru Sato, deve ter sido a maior (ou ao menos a mais versátil) atuação que já vi num Kamen Rider. Explico: no começo da trama, Ryoutarou é possuído por 4 imagins, e quando possuído, sua personalidade é trocada pela da entidade que o possui, assim sendo, Takeru Sato não interpretou apenas uma papel, mas 5 (um quinto imagin o possui, posteriormente), cada um com um visual diferente e uma personalidade distinta. Takeru muda completamente sua maneira de atuar várias vezes por episódio, e sempre com muita naturalidade e uma entrega admirável ao trabalho. Cada forma tem suas peculiaridades.

A forma base de Den-o: Sword Form.
Momotaros: o primeiro imagin: o mais engraçado e neurótico, discute com Ryoutarou em quase todo episódio pois ele quer que ele evolua, seja mais duro nos combates e menos preocupado. Sempre com o seu "Ore sanjou! 'Eu cheguei!'", Momotaros é chamado de sempai pelos demais e ele é quem rende a maior parte das situações de comédia da série. Muito forte, perde apenas para Kintaros. 

Urataros, a Rod Form.
Urataros: o imagin tartaruga foi o segundo a possuir Ryoutarou. Chamado de "tartaruga pervertida" por Momotaros, Urataros é um mestre em mentir e na lábia; muito popular com as mulheres, ele consegue levar qualquer um na conversa. O imagin mais estrategista e inteligente de todos, Urataros costuma se manter mais neutro nas discussões, enquanto Momo é mais impulsivo. Frase de impacto: "Se importa se eu te fisgar?".

Kintador, a Axe Form.
Kintaros: o terceiro imagin, é um sumotori (lutador de sumô), que não pode ouvir que alguém está chorando e já quer lutar. Extremamente forte e resistente, o imagin urso é narcoléptico; sempre cai no sono no Denliner, deixando os demais imagins irritados. Ele é muito grato por ter sido salvo por Ryoutarou ao evitar que ele desaparecesse. Sua frase de impacto é "Minha força fará você chorar!".

Ryuutaros, a Gun Form.
Ryuutaros: o quarto imagin (seria o segundo, pois possuiu Ryoutarou no começo da série, mas ficou adormecido), e o mais complicado de todos. Ryuutaros é infantil, mas muito poderoso. Para ele, proteger Airi vinha antes de tudo, inclusive ser aliado de Ryoutarou. Impulsivo e determinado a destruir Yuuto, levou muito tempo para ele perceber que as coisas não eram como ele pensava. De todos os imagins, é o único que pode possuir Ryoutarou completamente (a mente dele adormece, não podendo se comunicar ou pedir que os outros o deixem) e ele pode controlar outras pessoas, normalmente fazendo-as dançar break. Surpreendentemente, esta habilidade foi bastante útil. Sua frase: "Posso te derrotar (há outras)? Não consigo te ouvir!".

Sieg (Jiku), a Wing Form.
Sieg (Jiku), o último imagin a aparecer, e o que fica menos tempo, apenas 3 episódios. Encontrado sem memória por Ryuutaros, ele é levado para o Denliner e logo se acha o dono do trem. Arrogante, pomposo e com mania de grandeza, acha que é um rei e que os demais imagins devem cumprir suas ordens. Ele tem afeição por Hana e a chama de princesa. Este imagin foi criado para o primeiro filme de Den-o, daí suas poucas, porém relevantes, aparições.

Demais personagens do Denliner:


Hana: a garota que conhece Ryoutarou em um de seus dias de azar e lhe entrega o Den-o Belt após perceber que ele havia achado o Rider Pass e que era o único compatível com o sistema. Daquele ponto em diante, eles não se separam mais. Hana é uma garota que vem de um tempo que foi apagado, e ela deseja absolutamente descobrir o que aconteceu e, se possível, retornar para sua própria era. Vive batendo em Momotaros e nos demais imagins caso eles pisem na bola ou digam alguma bobagem.


Owner: o dono do Denliner e quem decide se uma pessoa ou imagin pode viajar para algum ponto do passado. Sabe muito sobre o fluxo do tempo, e tem sempre um tom misterioso na voz. Viciado em arroz frito, sempre veste seu terno e anda com uma bengala.


Naomi: provavelmente o grande desperdício da série. Naomi é a garçonete do Denliner, especialista em fazer café. Ela não tem muita função na trama até os dois episódios finais. É praticamente um rosto bonito e nada mais.

O segundo rider de Kamen Rider Den-o.


Sakurai Yuuto, o Kamen Rider Zeronos. Yuuto recebeu o Zeronos Driver e tem a missão de proteger o fluxo do tempo. Originalmente, ele se transformou antes que Ryoutarou. Perdoem-me, mas para poder falar dele, terei de dar spoilers. Yuuto só pode se transformar fazendo uso dos Zeronos Cards, e eles são limitados. Cada vez que ele se transforma, alguém que o conheceu se esquece de sua existência. Francamente, cada aparição de Zeronos gerava um momento perturbador e emocionante. Todos nós temos alguém que queremos que lembre de nós. Vocês têm noção de quão desesperador é você saber que, para poder salvar pessoas, elas têm de esquecer que você existe, mesmo as mais próximas? 

Ver as pessoas se esquecendo de Yuuto, ainda que ele permanecesse impassível, provavelmente para poder suportar o fardo, era angustiante. Aliás, as cenas mais tristes de Den-o o envolveram. Um dos momentos mais cruéis que já vi num tokusatsu, também: um imagin é mandado ao passado dele para eliminar seu eu antes da transformação. A cena dele sendo explodido foi, no mínimo, estarrecedora. Sua personalidade é complexa: sempre duro e de poucas palavras, não trata Ryoutarou como amigo; parece mais um obstáculo que ele quer superar. Isto muda, conforme os dois convivem. Seu imagin pessoal, Deneb, é sua antítese: amável, gentil, atencioso e zeloso, Deneb sempre faz questão de dizer que Yuuto é uma boa pessoa e que quer fazer amigos, porém ele sempre esbraveja. Os dois brigam constantemente, mas são companheiros. Deneb tem carinho paterno por Yuuto, e sempre distribui doces para as pessoas.


Airi Nogami: a irmã de Ryoutarou e proprietária do Milk Deeper, sofre de amnésia e é preocupação constante do irmão. Bondosa e muito preocupada com a saúde e azar de Ryou-chan (assim que o chama), Airi não sabe sobre o que ocorre ao seu redor. Ryoutarou teme que ela nunca recupere a memória, e as cenas em que ele aparece pensativo ela é o motivo, na maior parte das vezes. Era noiva, e um mês antes de seu casamento, seu noivo desaparece. Todos deduzem que sua memória sumira ali, e, apesar de ela não demonstrar, ela sofre muito pelos acontecimentos.



Kai: possivelmente um dos melhores vilões que já vi num rider, demorou para aparecer, mas a demora compensou: um cara manipulador, irônico e capaz de controlar todos os imagins e abrir portais usando a si mesmo para o passado, Kai cansou de brincar com Ryoutarou, Yuuto e os demais imagins. Muito poderoso, não recorre tanto à violência, usa mais a inteligência e as palavras para abalar os personagens psicologicamente. Sempre com sua agenda e um imagin leão como guarda-costas, seu objetivo era conquistar as eras e conectá-las ao futuro. Eu poderia dizer que Kai é um sociopata, já que se diverte manipulando os sentimentos dos outros e não se importa de usar as pessoas para conseguir seus objetivos. Sacrificou os imagins para diversos fins.

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Considerações finais: Den-o foi uma série apaixonante, do início ao fim. É verdade que possui mais comédia que a maioria dos riders, mas é uma comédia gostosa, com situações comuns do humor japonês, mas sem forçar, sem subestimar a inteligência de quem assiste. Den-o foi a série que mais me emocionou. Se a comédia era forte em muitos episódios, a emoção esteve presente em praticamente todos os 49: desde os primeiros episódios, isto falava alto. Não é uma série dramática, é uma história singela, que trata de pessoas e como o que cada uma delas deseja pode trazer de ruim para todas as demais. As interações entre Ryoutarou, os imagins, Airi, os personagens do Denliner e Yuuto tiveram muitos momentos carregados de emoção, alguns em que me peguei com lágrimas nos olhos. Não sei precisar se foi pela mistura de humor, uma história muito bem contada e complexa e os momentos de pura sensibilidade que me fizeram me apaixonar por Den-o, mas digo com toda a certeza que foi um rider apaixonante, e que entrou pra galeria dos meus favoritos. 

O episódio final não foge à regra: uma batalha final muito agitada, humor, muita emoção, um fim não tão bom para Kai, mas fechou bem este rider. Um furo aqui, outro ali, nada que desmerecesse a saga de Ryoutarou. Meu único senão foi quanto à Naomi, interpretada por Rina Akiyama, a Mana-chan de Agito. Foi um enorme desperdício colocar a atriz (que foi fundamental em Agito) num papel tão apagado e sem função como o de Naomi. Desperdiçaram talento, mesmo muitos não gostando de Mana. Eu, na minha modesta e pessoal opinião, considero Den-o uma história fantástica, onde pode não ter existido um rider poderoso, mas existiram várias pessoas fáceis de se afeiçoar, uma história bem-humorada e muito emocionante, além de momentos que me fizeram rir por horas a fio.

Kamen Rider Den-o é uma série que merece uma boa olhada. 

Ultraseven X - Reinventando a Lenda

Ultraseven X: Uma nova versão e novas ameaças

Olá Amigos! Desde de algum tempo tenho me dedicado a falar de algumas séries de uma franquia sensacional, que não via receber tanto foco em meio aos sentais e riders, que é a franquia Ultra. Depois de ver os episódios, vou dar minhas impressões da curtíssima série Ultraseven X, que inclusive está prevista para ser lançada no Netflix, ainda sem data especifica de lançamento, mostrando que os Tokus, em especial da família de guerreiros prateados de M-78 ainda tem força e está sendo uma das apostas dos sites de streaming. 


Ultraseven X e alguns dos inimigos mais marcantes


Ultraseven é sem sombra de duvidas uma lenda. Reverenciado por muitos como o mais lendário dos Ultras, a série já teve diversas homenagens e é considerada uma aventura a frente do seu tempo. Diferente de seu antecessor Hayata, Seven trazia um enredo mais complexo e episódios com histórias bem elaboradas, cheios de drama e que chamavam a atenção também do publico mais adulto. Eu poderia escrever muita coisa sobre a influencia e história do Seven. Quem sabe algum dia não? 


Seven e X: Duas gerações da mesma lenda


Mas falando do excelente X, a série surgiu em 2007, em comemoração aos 40 anos do herói original, e com apenas 12 episódios, foi exibida nas madrugadas do Japão. Ultraseven X concentra as características que fizeram o Seven original tão querido. Como ja falei acima, histórias bem elaboradas, muito drama, certa dose de tensão e é claro,  também inovou em muita coisa, apresentando um enredo, situações e estética bem própria. Destaco o plano de fundo da série, situando as aventuras num mundo futurístico. A maior parte da trama acontece na calada da noite, tudo isso aliado a ambientação numa metrópole distópica e a jogada de cores escuras das imagens, criando um ambiente bem Dark e futurista, na cidade onde se passa a história. 


X bem mais maromba que o original

Os clichês básicos da franquia são deixados de lado, dando origem a uma história bem singular. Os personagens também, recheados de mistérios e cenas de ação e figurino que me rememoram a franquia Garo. A história de X se passa num futuro aparentemente não muito distante, onde o governo vigia as pessoas constantemente, de muitas maneiras, mas principalmente através de imensos telões (que também são câmeras)  que flutuam dando informações e vigiando a cidade. Em meio a imensos arranha-céus, e ruas cheias de becos e luzes, onde todo tipo de coisa estranha parece acontecer, somos apresentados a Jin, um homem que acorda de repente num quarto sem lembranças de quem é ou do que fazia. Ele então recebe informações de uma bela e misteriosa mulher, que depois saberíamos ser Elea, que afirma que Jin tem uma importante missão e que ele seria o "salvador do mundo". Ela então entrega alguns itens a ele, sendo um destes o óculos Ultra Eye que permite a Jin se transformar no gigante vermelho Ultraseven. 

Jin usando o Ultra Eye


Ele então é contactado por uma organização misteriosa chamada D.E.U.S, que controla diversos agentes, sendo Jin um deles, que tem como missão combater ameaças alienígenas nas sombras. Escondidos do mundo,  devem resguardar a população de ameaças de outros planetas, os quais as autoridades comuns não podem lidar, todos com suas verdadeiras identidades desconhecidas, atendendo por codinomes como S,D ou K por exemplo. Quando um mistério ou perigo surge, os agentes de D.E.U.S são contactados onde estiverem por uma voz misteriosa em seus comunicadores parecidos com relógios, que dá a eles as ordens e informações básicas das missões.  Jin passa a atuar como agente e investigar mistérios ao mesmo tempo que combate ameaças alienígenas e tenta descobrir mais sobre seu passado e recuperar sua memória. Nas missões, ele acaba por formar laços com outros agentes como o divertido K (ou Kei) um cara de jeito despreocupado e mulherengo que seria o parceiro dele na maioria das missões e a comilona agente S. sendo eventualmente contactado por Elea, a misteriosa garota, que sempre dá a Jin conselhos e informações, desaparecendo misteriosamente. O que Jin não imagina é que o segredo de seu passado está ligado a uma forte trama de dominação global, que colocará seu mundo e outros mundos em risco.

Jin e Kei nos becos da cidade


No geral, Ultraseven X é uma série muito bacana, voltada prum publico mais velho, e que explora bem o mistério e o suspense nos episódios. Tendo um clima bem mais sério e com teor investigativo, o que não escapa a série de algumas tentativas de inserir humor, o que não dá muito certo devido a atmosfera extremamente misteriosa que circunda o mundo de X, que não abre espaço para isso. Mas pra falar a verdade, nem deveria, uma vez que a grande sacada dos episódios é justamente o clima de mistério e seriedade. Cada episódio apresenta problemas diferentes que precisam ser resolvidos, alguns com investigação árdua e dedução dos agentes da D.E.U.S. 

Jin, Kei e S em grandes momentos da série

Alguns são carregados de drama e de reflexões profundas sobre a vida, a existência humana, etc. Esse é um daqueles tokus que você no término de cada episódio para pra pensar e entender o que foi colocado nas entrelinhas ali. Não se limita apenas ao que se vê. São episódios de reflexão madura,  com mensagens profundas e questionadoras pra passar, Isso é claro, se o telespectador estiver disposto a prestar atenção e ler nas entrelinhas. Algumas vezes até mesmo a atuação do Ultra é colocada em xeque, onde Seven é questionado se deve agir ou não. Algumas vezes, derrotar o monstro não é a resposta mais sábia. Isso se há um resposta. 

X é com certeza um dos Ultras mais estilosos


Diferente da maioria esmagadora dos Ultras, Ultraseven X tem mais cenas de ação do herói em tamanho humano do que gigante. Isso sem falar nas cenas de combate do herói sem se transformar, que são lindas e muito bem coreografadas. A série da mais enfoque as tramas e aos conflitos dos episódios que aos combates em si, sendo que muitas vezes os episódios terão mistérios longos e combates de pouca duração. Os Personagens são bem explorados, dado os pouquíssimos episódios, uma vez que mesmo não se sabendo muito sobre os personagens, são todos bem cativantes, e é justamente esse clima de mistério e surpresas da série que a torna tão envolvente e emocionante. Não chega a ser algo com um enredo tão interligado e episódios tão cheios de questões quanto Kamen Rider Agito por exemplo, já que  X tem episódios com histórias fechadas, com muitas vezes não se focam no mistério principal, mas que de de certa forma complementam bem o todo da série. Culpo os poucos episódios por esse trabalho menos elaborado. faltou tempo pra criar uma atmosfera maior do todo da série, um desenvolvimento maior e mais lento, seria relevante pra melhorar ainda mais a história. Se a série consegue te deixar grudado na tela com apenas 12 episódios, imagine como seriam aqueles mistérios e reviravoltas de fazer saltar o coração da boca se tivesse pelo menos 39 episódios!

X enfrentando um exército de monstros


O único defeito grave da série é justamente sua duração. Por ser uma série curta, dá a impressão que os fatos correm numa velocidade grande, e não da tempo de fazer a trama dar 100% de si. o que é uma pena, já que por mais incrível que seja a série, sinto que se durasse mais, poderia ser ainda mais bacana. Ao que parece, a série surge mesmo como uma homenagem ao herói original, sem grandes pretensões de se consolidar. Claro, uma homenagem consciente, com história própria e mesmo com consideráveis diferenças, estamos falando do Ultraseven original aqui. Essa história narra a aventura do verdadeiro Herói, outrora se auto-intitulando Dan Moroboshi, esse Ultraseven se apresenta num novo e arrojado visual, num mundo diferente do universo natural das séries Ultra, pra desespero das viúvas que acham não ser esse o Ultraseven original. 

As câmeras do governo passando a falsa imagem de paz


Ultraseven X também tem um time de participações especiais de vários atores conhecidos, sendo alguns deles:


Kei (de branco) e Jin (de preto) 


 Kohji Moritsugu (o Seven original, Dan Moroboshi) aparece nos episódio final, junto com Yuriko Hishimi (a Anne da série original também) além de Ryohei Odai (o eterno Kitaoka/Zolda de Kamen Rider Ryuki) Nao Oikawa (que fez curtas aparições em Garo e Go-onger ) Yuki Ito (Makito Ozu/Magigreen de Magiranger) Hassei Takano (veterano, que interpretou papéis notáveis como Ultraman Agul de Ultraman Gaia, Tezuka/Kamen Rider Raia também de Ryuki e Hayato Ichimonji nos filmes Kamen Rider The First e The Next) e Mitsuru Karahashi (mais conhecido como Naoya Kaido de Kamen Rider 555 mas que também viveu outros personagens marcantes como Kagemaru de Lion Maru G e Juzou de Shinkenger) e dentre os protagonistas, também temos um rosto conhecido, a atriz Saki Kagami, que viveu a Queen Maya em Kamen Rider Kiva agora no papel de Elea. 

O elenco principal da série


Como já é de praxe, um pequeno resumo dos personagens principais:


O cabeludão Jin

Jin/Ultraseven X - O Protagonista desmemoriado, que vive confuso sobre quem é ou o que fazia. Como todo bom Ultra, é decidido e altruísta. Dotado de talentos investigativos, bom lutador e atirador, é sério e focado em descobrir seu passado. Vive sendo orientado por Elea e não sabe como recebeu seus poderes, mas nos momentos de perigo, pode se transformar em Seven para lidar com inimigos muito fortes.

Kei é o engraçadinho da equipe


Agente K ou Kei - Agente de D.E.U.S  que logo no inicio já demonstra ser bem humorado, equilibrando um pouco a seriedade de  Jin.  Mesmo parecendo despreocupado,  é um agente focado nas missões e auxilia de forma eficiente o protagonista nas investigações. Ao que parece, ele e S tem algum tipo de atração um pelo outro.

A chocólatra agente S


Agente S - Agente de D.E.U.S focada em atuar em missões disfarçada. Passa a auxiliar Jin e K a partir do terceiro episódio. K comenta que ela é provavelmente a agente mais apurada em combate corpo a corpo, coisa que ela faz questão de demonstrar no decorrer da série. Com um jeitão as vezes mal humorado e a compulsão por comer chocolates, ela é uma tentativa de colocar um pouco de humor na série. Ao meu ver não dá muito certo, mas ainda assim, é uma personagem essencial e divertida.

A Misteriosa Elea


Saeki Elea - Uma misteriosa garota que aparece em momentos oportunos para orientar Jin. No começo da série, havia a impressão que ela é fruto da cabeça do herói, o que não é verdade. Elea é quem deu a ele o Ultra Eye, que o possibilita se transformar em Seven. Sempre se refere a Jin como o "salvador do mundo." É uma personagem essencial pro mistério final e tem uma ligação emocional forte com X.


A série em breve estreará no Netflix


Outro detalhe é a marcante é a trilha sonora da série, a música "Another Day Comes" da banda Pay Money To My Pain, é uma das melhores trilhas sonoras que ja tive o prazer de ouvir num toku e se encaixou bem com o clima dramático e melancólico que a série tem. Pena a banda ter encerrado as atividades, devido a trágica morte do vocalista. Coincidência ou não, o cantor também atendia pelo nome artístico de K.

O clássico raio do Ultraseven


Ultraseven X foi bem marcante pra mim, por apresentar uma roupagem ainda mais sombria ao herói, mostrando o quanto as aventuras dos gigantes de luz pode ser versáteis. Uma pena  ser uma série curta com tão poucos episódios. Recomendo muito para qualquer fã, em especial os que curtem o seven original, também deveriam assistir e conhecer esse nova proposta e bela homenagem ao gigante vermelho.

Estilo do novo Ultra Eye


Abaixo, a música-tema da série:



Assistam porque vale a pena. Valeu!






segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Power Rangers RPM: uma ótima temporada ranger.


Bom, eu não sou fã dos Power Rangers, embora já tenha assistido várias temporadas quando de sua exibição na tv aberta brasileira, mas RPM foi uma exceção. Adaptado de Engine Sentai Go-Onger, RPM foi uma temporada que trouxe uma proposta bastante diferente do original japonês e que se mostrou bem superior ao enredo da versão sentai.

A sinopse:

Em um 2009 alternativo, um vírus de computador chamado Venjix assume todos os computadores da Terra, tornando inúteis os sistemas de comunicação, criando um exército de soldados robôs para tentar destruir praticamente todas as cidades do mundo. Somente a cidade de Corinto resta intacta com um campo de força que impede as forças de Venjix de entrarem na cidade. Quando o campo de força é desativado para permitir que os humanos sobrevivam no santuário, Doutora K - mentora dos Rangers Operadores lutam contra as forças de Venjix para proteger Corinto da destruição. - Wikipédia. 

Diferentemente de Go-Onger, que foi um sentai realmente medíocre, RPM e sua proposta pós-apocalíptica me chamaram a atenção do início ao fim. A ambientação desértica onde boa parte da história se desenvolve dá um contorno bastante interessante ao que se vê na tela. Há muita coisa interessante acontecendo durante a trajetória dos rangers, com menos humor e clichês da franquia do que em outras temporadas, o que me ajudou a gostar do que assistia. Os personagens são bem diversificados e os vilões são bons, especialmente Venjix. Go-Onger era um amontoado de vilões tolos com tiques e nenhuma empatia. 

Meu único senão foi que RPM teve apenas 32 episódios; poderiam ter alongado a série, mas, segundo li (não sei o quão verídico é), RPM teve uma alta rejeição pelas crianças por elas considerarem esta temporada séria demais, daí os poucos episódios. Só pra ter uma ideia de quanta coisa não foi aproveitada, Engine Sentai Go-Onger teve 50 episódios, 18 a mais. Também li que a série sofreu com problemas orçamentários e mudanças no roteiro. Como a Wikipédia não é a fonte mais confiável do mundo, não posso afirmar que o artigo seja fidedigno, mas fica no ar. 


Primeiro, os vilões:

Venjix.

Venjix: um vilão inteligente, elegante e calculista, o vírus autoconsciente formou seu exército cibernético de moedores (ele me lembra muito Megatron) e tramou todo o tipo de emboscada para os rangers. Uma das coisas que mais gostei nele foi sua inteligência e calculismo: Venjix não agia por impulso, procurava ver as melhores formas de derrotar os heróis e conquistar Corinto. Era temido e respeitado por seus comandados. Também vejo nele semelhanças com o Imperador Neroz, de Metalder. Bom em combate, colocou os rangers em sérios apuros enquanto pôde.

General Shifter.

Shifter: um dos generais de Venjix, Shifter era "os músculos". Tanto ele quanto Crunch eram responsáveis por criar estratégias para invadir Corinto e derrotar os rangers. Sua blindagem o tornava um adversário difícil de ser batido.

General Crunch e General Shifter.

Crunch: o mais humorístico dos generais, foi covarde boa parte dos episódios, mas também bastante ardiloso. Crunch temia Venjix, mas tinha planos próprios.

General Kilobyte, o último dos generais.

Kilobyte: ao lado de Venjix, meu segundo vilão favorito. Arrogante, prepotente, sarcástico e sempre desafiador, menosprezava Tenaya 7 praticamente o tempo todo. Kilobyte era frio, excepcional atirador e muito fiel à Venjix. Quase enlouqueceu Tenaya 7 tamanhas eram suas provocações e deboches para com ela.

Tenaya 7.

Tenaya 7: a única mulher entre os generais de Venjix, era alvo constante das ironias e piadas de Kilobyte, enfrentando-o (e perdendo), certa ocasião. Tenaya sempre cobrava de Venjix mais autonomia do que ele a permitia, alegando ser capaz de derrotar os rangers sozinha. Ela tem um passado tão misterioso quanto o de Dillon. Perto do fim de RPM, ela é reprogramada em Tenaya 15.

Vez dos heróis:


Scott Truman, o Ranger Operador Série Vermelha, e líder da equipe. Piloto de jatos e que participou da guerra contra Venjix e seus robôs, Scott perde seu irmão em combate, o que o deixa marcado durante todos os episódios. A relação com seu pai, o Coronel Mason Truman, nem sempre é das melhores. Scott tenta, a todo momento, mostrar que é um membro valioso para Corinto e tão preparado quanto seu irmão, mas seu pai reluta em aceitar. Apaixonado por carros, Scott conseguiu unir bem humor com atitudes mais sérias.



Flynn McAllistair, o Ranger Operador Série Azul, e mecânico/armeiro da equipe. Flynn é escocês e sempre sonhou ser um herói. Teve todo o tipo de emprego em que envolvesse salvar pessoas, mas sempre acabava demitido por alguma mancada. Acabou em Corinto quando dirigia um ônibus com refugiados. 



Summer Landsdown, o Ranger Operador Série Amarela, e minha favorita de todo o time. Summer veio de uma família rica, porém decadente. Mimada, acostumada a ter todo o tipo de luxo, viu que sua vida pregressa acabara quando Venjix começou a agir. Quem gostava dela apenas por sua posição social a abandonou, restando apenas seu mordomo, quem realmente se importava com ela. Summer começa a mudar após a morte do mordomo em meio a sua fuga para Corinto e acaba salvando Scott, no primeiro episódio. De todos, a pessoa mais sensata e altruísta. Aprendeu bem como é perder algo que dinheiro algum pode comprar e evoluir, amadurecer.



Ziggy Grover, o Ranger Operador Série Verde. Ziggy é o típico malandro fala-mansa. Encontra Dillon fora de Corinto, enquanto tenta passar a Barricada Venjix, e ele o convence a levá-lo em seu carro. Deve dinheiro para o Cartel Escorpião e é procurado constantemente por eles para quitar sua dívida, mas tem sorte e lábia. 



Dillon, o Ranger Operador Série Preta. Ele é um homem sem passado. Conhece Ziggy no meio do deserto, enquanto procura por água. Os dois acabam indo para Corinto juntos e se tornam próximos. Dillon é o típico bad boy: não aceita ordens, quer sempre agir sozinho e sem dar satisfações. Teve alterações em seu corpo que lhe conferiram força acima do normal e resistência. Também procura por sua irmã, a quem ele só lembra de alguns flashes. Summer e ele quase começam um romance. Há quem diga que ele lidera a equipe, mas não foi o que vi. Algumas vezes, Scott e ele se desentendem.



Gemma, a Ranger Operador Série Prata. Companheira da Doutora K nos tempos de criança. Inteligente, mas BEM CONFUSA, Gemma foi dada como desaparecida no dia em que Venjix se rebelou. Tão inteligente quanto K, ela ajuda a resolver várias questões tecnológicas e a criar novas armas.



Gen, o Ranger Operador Série Dourada. Irmão-gêmeo de Gemma, também é dotado de muita inteligência (proporcional à sua infantilidade). Agrega pouco.



Doutora K: a mentora dos rangers e criadora dos zords, armas e trajes, ela foi criada em uma instituição bastante suspeita para crianças super-dotadas, junto de Gemma e Gen. Apaixonada por violino, sua face era oculta até ela se aproximar mais de seus pupilos. Sempre sarcástica e mal-humorada, não parece gostar muito de Ziggy. Só aparenta, porém. K é uma boa pessoa e que se culpa pela criação de Venjix e em como ele conseguiu dominar o mundo.

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A primeira aparição de Dillon e seu carro, ao melhor estilo Mad Max.

Uma das coisas que mais gostei em RPM foi que a Disney tentou produzir algo diferente do convencional. RPM tem um tom um pouco mais sério, com Cartéis (embora subutilizados), um mundo tomado pelas máquinas e com poucos sobreviventes, locações belíssimas, um bom roteiro e uma fotografia caprichada. Também me agradou muito os robôs não falarem, fato que me incomodava muito em Go-Onger, já que raramente algum falava algo que prestasse. Apenas os generais possuem falas. 

Corinto vista de fora do domo/cúpula.

O humor da série não foge muito da característica tradicional dos rangers, mas não é em excesso e nem em momentos onde a ação deve predominar ou a emoção. O roteiro de RPM tem uma narrativa bem interessante e até incomum para o gênero. A versão ranger é bem mais carismática e divertida de assistir do que a versão sentai, os personagens (exceto os extras, pois os Go-On Wings eram ótimos) são fáceis de se afeiçoar, Venjix é um inimigo formidável, Kilobyte e Tenaya 7 não ficam atrás. Boas reviravoltas e, infelizmente, alguns fillers, compõem esta ótima temporada dos Power Rangers, mesmo para quem não gosta.

Power Rangers: RPM vale uma conferida.