quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Hyakujuu Sentai Gaoranger, um sentai regular para bom.


Bom, 24 sentais terminados, e após este mais de um mês de retiro, hora de mais um review. Eu gostaria de abrir este texto dizendo que Gaoranger foi um sentai cheio de recordações importantes e cenas marcantes, mas minha honestidade me obriga a dizer que Gaoranger foi apenas um sentai de regular para bom, com vários momentos interessantes, mas um todo pouco chamativo para a maioria.

Eu não posso recomendar O Esquadrão das Cem Feras para todo mundo, apenas para quem deseja assistir a todos os sentais, como é o meu caso. Pra não passar despercebido, um pouco da história da série: Gaoranger mostra a luta dos seis guerreiros contra os Orgs, criaturas que acordam de tempos em tempos com o único objetivo de dominar a Terra e extinguir a raça humana. Os Orgs se dividem entre Highness Dukes, os generais, Dukes, subalternos, e Orgs comuns.


Gaolion, Gaoeagle, Gaobison, Gaotiger e Gaoshark formam o Gaoking.


Para combater a ameaça, desde tempos antigos os Gaorangers existem, e sempre que os Orgs ressurgem, uma nova equipe é formada por uma Xamã. No caso de Gaoranger, a Xamã Tetomu. Além dela, os guerreiros contam com os Power Animals, animais lendários que formam os robôs da equipe. Eles também utilizam os G-phones para se transformarem e são munidos de armas, menos uma bazuca. Os heróis foram recrutados aos poucos, sendo Gaored o último da equipe base, meses após os quatro demais já enfrentarem os Orgs. Silver, como manda a tradição, entrou para a equipe pouco antes da metade dos episódios.

Tetomu, a xamã.

Os três Highness Dukes, Shuten, Ura e Rasetsu são bem diferentes: Shuten mais bruto, Ura mais racional e "delicado" e Rasetsu uma besta-fera. Dos três, apenas Rasetsu foi realmente uma ameaça. Shuten e Ura tiveram bons momentos, mas nada muito contundente.

Shuten, Ura e Rasetsu.

Dos Dukes, temos apenas Yabaiba e Tsuetsue. Yabaiba, se passasse os 51 episódios calado, teria sido mais útil. Bobo e sem graça, não foi ameaça alguma. Por sua vez, Tsuetsue seguia caminho parecido até a reta final. A única reviravolta (se é que posso chamar assim), a envolve.

Yabaiba e Tsuetsue.

Quanto aos heróis, Gaoranger teve um abordagem que não me recordo de ter visto em outro sentai: nenhum deles se chamou pelo nome até o último episódio. Kyoryuger até planejou fazer algo parecido, mas durou pouco. Os Gaorangers tiveram pouquíssima história mostrada durante o andamento do sentai. Os únicos com mais destaque neste quesito foram Gaored, veterinário, Gaosilver, um guerreiro de mil anos atrás e Gaowhite, uma garota que sonha seguir os passos do pai nas artes marciais. Os demais tiveram alguma coisa mostrada, mas em apenas um episódio cada: Gaoblack trabalhava numa floricultura, Gaoyellow é piloto de jatos e Gaoblue trabalhava numa pizzaria. Como eles não se chamam pelo nome, exceto Gaored, que sempre quis que a equipe fosse amiga e unida, os demais eram conhecidos apenas pelas cores.

Sae Tiga, Soutarou Ushigome, Kai Samezu, Gaku Washio, Kakeru Shishi e Tsukumaro Oogami.

De maneira geral, a equipe é bastante forte e coesa, mas nenhum dos seis têm muito brilho individual. Eles deram boas surras nos Orgs, levaram várias outras boas surras, e trabalharam muito bem em conjunto, praticamente sem conflitos. Se eu tivesse que escolher os mais destacados, seriam Red, Silver e White, os demais seguiram uma constante bem parecida.

Gaoking: além de bonito, era a fusão de seres vivos.

Agora, pra ir direto ao ponto, o que não foi bom em Gaoranger: a trama extremamente simples e linear. Nos cinquenta e um episódios, não aconteceu nada de muito espantoso até os 5, 6 episódios finais. Aconteceram vários momentos interessantes e Gaoranger trouxe boas coisas, como batalhas dos robôs bastante complexas e a relação deles com os Power Animals, já que são seres vivos. Gaoking e os demais robôs ficam muito tempo na tela, e eles sofrem com os danos das batalhas; isto foi um ponto forte de Gaoranger. Vários episódios tiveram lutas de 5, 7 minutos, apenas dos robôs. Outra coisa boa foi o fato de, apesar da simplicidade, Gaoranger se afastou bastante dos episódios clichês como pedidos de casamento ou algum deles querer deixar a equipe. Não livrou este sentai de vários outros clichês, mas muita coisa não foi repetida. A música de abertura, cantada por Yukio Yamagata, é das melhores que já ouvi num tokusatsu. Pena não ter um produto à sua altura.

Apesar do nome escrito na imagem, o personagem se chama Rouki, não Loki.

Outra coisa que achei que faltou: emoção. Faz parte da receita de qualquer bom sentai os momentos de emoção na reta final da série. Gaoranger tentou, mas não conseguiu passar emoção, ao menos para mim. O humor não foi exagerado como o de alguns sentais atuais, o que me agradou, e teve um vilão que, apesar de eu entender que sua função na série seria limitada, achei que poderia ter sido mais e melhor utilizado: Rouki. Um vilão milenar que é despertado por Ura e tinha uma sede de vingança contra os Gaorangers praticamente irracional. Forte e técnico, foi uma pena sua partida prematura. Outro ponto que deixou a desejar foi a falta de reviravoltas e surpresas; a única, que não foi nada de espetacular, mas me causou um choque, foi na reta final, pouquíssimo antes do fim.

Falando em fim, os dois últimos episódios são bem bacanas e fugiram um pouco de tudo o que já vi. Fecha bem a série. Enfim, Gaoranger não será considerado um grande sentai pela maioria das pessoas que o assistirem, mas apenas um passatempo, um sentai entre muitos. Indico para quem quiser conhecer uma história simples e com mechas bonitas e realmente importantes. No mais, Gaoranger é, como no título destaco, regular para bom.

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