quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Puella Magi Madoka Magica: não espere por felicidade.

Não esperem uma história feliz. Não é isto que significa Madoka Magica.

Bom, eu não sou um consumidor de animes. Raramente os assisto, mas tive de me render à Madoka Magica. Melhor dizendo: Puella Magi Madoka Magica. Um amigo já vinha me falado bem, mas só parei para assistir por indicação e comentários de amigos de uma comunidade a qual frequento.

Do mesmo autor de Kamen Rider Gaim, Gen Urobuchi, Madoka Magica, apesar do visual infantil das personagens, é puramente adulto. Os textos são duros, crus e frios, com direito a nossos valores pessoais mais enraizados serem questionados pelas personagens. Não há alívio cômico, é só soco na boca do estômago, todo o tempo.

A trama de Madoka gira em torno de cinco garotas que recebem poderes para enfrentarem seres conhecidos como "bruxas", que matam pessoas por toda a cidade. Os poderes são concedidos por um ser bastante similar a um gato, chamado Kyubey. Porém, este poder tem um preço alto: a alma de sua portadora em troca do poder e de qualquer desejo que ela possa ter, desde que seja apenas um. Ao passo que o anime caminha para seu desfecho, as personagens vão se encontrando e isto gera muitos conflitos, desde físicos a morais.

Madoka tem traços soberbos, muita psicodelia nos monstros e cenários das lutas, uma história que lembra Gaim em alguns aspectos, mas é anos luz mais pesada, ao ponto de, se fosse transferida para Gaim, a série teria sido cancelada. Não achei muito violenta fisicamente, mas psicologicamente, me senti um idiota por tanta pancada que tomava. Madoka me impressionou em como ela trouxe pra ficção muito da realidade, dos nossos conflitos do dia-a-dia.

Já disse que não sou um consumidor de animes, mas Madoka me provocou um fenômeno: vi os primeiros 9 episódios - totalizando 12 - em um dia! Jamais havia feito algo assim na vida. Pra vocês verem o quão Madoka Magica é poderosa. Aliás, este anime me inspirou várias sensações: surpresa, ódio, raiva, tristeza, desprezo, pouca alegria (pela poderosa carga dramática e quase nada de humor), e boas reflexões sobre como não se deve confiar cegamente em ninguém.

O ritmo, até o episódio 9, é frenético. Não param os acontecimentos, e nada é banal. Você tem que lidar com a frieza dos fatos de imediato e, quando percebe, o episódio já acabou. Os últimos três episódios são um pouquinho repetitivos, pois se focam só nas personagens, mas não os tornam nada ruins. Gen Urobuchi é mestre em criar textos onde a franqueza deixa a gente boquiaberto, estupefato. O final alivia quem assiste, pois foi uma bela e justa conclusão.

Há muita traição e ingenuidade em Madoka. Ingenuidade das personagens, traição em quem elas mais deveriam confiar. Pra resumir, Madoka é fantástico.

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